segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Clássico Miojo: 3 Minutos e Pronto.

Por Arthur Muhlenberg


Professor Dorival, detesto fazer isso, mas tenho que reconhecer que estava enganado sobre a sua capacidade em transformar o elenco do Flamengo em um time. Depois dessa vitória, que mesmo sendo sobre o simpático freguês que não faz mal a ninguém, não tenho mais dúvida que o Flamengo tem um time.

Um time que pode até não ser a ultima coca-cola do deserto, mas que está sabendo compensar as limitações com os dois melhores argumentos que existem no futebol: não perdendo pra ninguém e ganhando de todo mundo. Pro Carioca tá bom demais. Parabéns pelo ótimo trabalho misturando a molecada com a mobília que já estava na sala e mantendo o time limpinho e arrumadinho. Quem disse que não há dignidade na pobreza?

É muito bom já estar garantido como primeirão do grupo e com a vantagem do empate na semifinal (vantagem que na real vale nada porque o Mengão, historicamente, nunca soube jogar com regulamento debaixo do braço). Mas o problema de ganhar do Foguinho é que a gente sempre acha que o Flamengo não fez mais que a sua obrigação e repara muito mais nos defeitos do que nos acertos.




Tenho a impressão que o gol do Hernane logo aos 3 minutos bagunçou o planejamento tático das duas equipes. Continuo achando que os dois treinadores foram pro jogo querendo chamar o adversário pra sair na escama do contra ataque. Com o 8º gol do Brocador no campeonato os sem-ônibus tiveram que sair pra jogo e o Flamengo foi obrigado a aproveitar os espaços que os miúdos deixavam. O começo do jogo foi eletrizante, parecia pelada, geral atacando. Futebol franco, bonito e ofensivo que não podia durar mesmo mais que 10, 15  minutos.

Depois desse comecinho psicodélico o jogo entrou na velha rotina de time grande enfrentando pequeno. O Mengão atacando muito, falhando na finalização e a nossa defesa dando aqueles moles tradicionais. Os caras chutaram 350 vezes no nosso gol. Tudo peteleco em cima do Felipe, mas que podiam ter transformado o jogo em drama.

Nossa defesa foi muito hospitaleira com os visitantes do Foguinho. Deixaram os caras entrarem na nossa cozinha à vontade. Como é que esse pré bacanal acontece com um time escalado com 3 volantes eu não sei. Mas como posso cornetar com a consciência tranquila se a defesa do Flamengo é a melhor do campeonato? É por essas paradas que ninguém leva muito a sério o Campeonato Carioca.

Um campeonato que não parece ser muito difícil de conquistar. O nosso time é rápido, sem vícios táticos e alguns dos jogadores são criativos e abusados. Mas a sua qualidade que mais salta aos olhos é que todos os jogadores, até aqueles que a torcida pega no pé, tão jogando com tanta seriedade que parece até que eles estão sendo pagos todo mês pra jogar. Coisa que não se via no Flamengo há muito tempo. Tirando o Flor, que tem dois times e não sabemos qual e nem mesmo se os vamos enfrentar, não vejo como podemos perder essa TG.

Ganhamos, beleza, mas o adversário mais uma vez deixou a desejar no quesito teste efetivo das nossas possibilidades em futuras competições. O Foguinho não serve de parâmetro porque é, literalmente, o time da estrela solitária. Time de um jogador só, Seedorf, lógico. Todas as jogadas dos caras passam por ele. Que faz a saída da defesa pro ataque, arma a jogada no meio, cruza, finaliza, bate lateral, falta e tiro de meta e ainda pega água e Gatorade pros outros molambos de camisa feia. Eles vão matar o cara desse jeito, assim não há como chegar inteiro no Brasileiro. SEEDORF, você é craque, mas teu destino no Foguinho está escrito como anagrama no seu nome. SE FODER.


Vamo lá Mengão, pra cima do Azulão da Bariri na próxima rodada pra vencer bem e chegar com moral na semi. Mas tem que prestar atenção nessa parada de perder tanto gol porque é muito séria. Quem não faz leva não é boitatá, é fato. O lance do Rodolfo no 2º tempo foi muito bizarro. O moluque, que entrou muito bem no jogo, se empolgou, foi pra cima, passou pelos cones, tirou até o goleiro e mandou o balão na Lua tipo Deivid. Não pode. Porque esses lances fazem que os pequeninos comecem a achar que tão com sorte e se encham de ímpeto vingador. E numa vacilação qualquer a casa cai. Já aconteceu antes, sou testemunha.

Me desculpem o post palha, mas a falta de graça não tem nada a ver com futebol, estou satisfeito com o time. Mas nem fiquei muito a fim de sacanear o Foguinho porque no jogo que tinha tudo pra ser motivo de alegria, enquanto a torcida promovia a paz nas arquibas, era brindada com mais um caso de truculência e covardia envolvendo ex-dirigente do clube. É impressionante como essa turma possui um talento natural para levar o santo nome do Flamengo para as páginas policiais e nos matar de vergonha.

Espero que dessa vez, ao contrário do que aconteceu em 2011 quando o agredido pelas costas fui eu, a diretoria do Flamengo tome as medidas condizentes com a gravidade dos acontecimentos e puna com severidade quem não tem civilidade suficiente pra frequentar estádios ou clubes.


Um comentário:

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