terça-feira, 3 de maio de 2011

Em entrevista, Luxa conta pormenores do título Estadual

Treinador elogiou jogadores, reafirmou amor pelo Fla e contou como planeja o ano no clube

  Um dia depois do primeiro título nessa sua nova etapa no Flamengo, Luxemburgo concedeu entrevista coletiva. Animado, como não poderia deixar de ser, o treinador falou um pouco sobre tudo. Elogiou jogadores, explicou que entende as criticas da torcida, revelou alguns detalhes do planejamento rubro-negro para o ano e contou alguns detalhes, que não ficam visíveis para a Nação.
Confira na íntegra a entrevista coletiva de Luxemburgo, em tópicos:

Lado torcedor
  Nunca escondi que eu sou flamenguista. Acho que não tem nada a ver uma coisa com a outra. Sou profissional e já ganhei dois títulos contra o Flamengo. Mas o Flamengo jogando contra qualquer clube, eu sou Flamengo. Trabalhando no Flamengo, junta o lado profissional com o torcedor. Mas espero não ganhar mais sobre o Flamengo.

Estrutura rubro-negra
  Nas minhas duas passagens por aqui tive muita briga porque eu sou profissional de futebol. E vou sempre brigar por aquilo que é certo. Na primeira passagem, tinham prêmios atrasados, salários... Tinha que pagar passagem, apartamento. Briguei porque faltava até bola para treinar. Em 95, teve aquela confusão com o Romário. Um clube como o Flamengo não pode ficar refém de um jogador. O jogador tem de entender as cobranças e o que é o Flamengo. Nos outros clubes de menor investimento, tem CT e o Flamengo não tem. Eu já sou técnico há muito tempo e quero criar uma estrutura. Contratamos uma empresa e lá no Ninho já tem dormitórios para 40 pessoas, refeitório, departamento médico e auditório. Isso existe, por enquanto é provisório, mas vai começar a estrutura definitiva.

Críticas
  Convivo muito bem e procuro mostrar a opinião externa tem um interesse diferente.
Me preparei um pouco mais e consigo entender melhor essa competição com os analistas. Para eles, não fiz uma substituição boa e fica uma discussão eterna. Existem vários técnicos. Isso faz parte da minha vida e eu passei a entender. Procuro mostrar como funciona e procuro mostrar que o que prevalece é o pensamento de cada um. É entrar em campo e jogar bola. Não pode ficar preocupar com opiniões. Tem de ter respeito com o cidadão.

Futebol carioca
  O Flamengo, Fluminense e o Vasco têm histórico. Ganhar campeonato pode ganhar, mas isso não quer dizer que tem uma estrutura. Pode montar bons times, mas é um castelo de areia. Tem de se manter em alto nível, como estão o Internacional, São Paulo e Cruzeiro. Tem de participar da Libertadores, como acontece com a Champions, na Europa. O Rio vai vencer, São Paulo estava com a hegemonia. Só depende do Rio pegar esse momento e criar uma infra-estrutura para sustentar títulos por mais tempo. O próprio Fluminense está à nossa frente. Tanto que foi campeão brasileiro. Uma derrota amadurece. O Fluminense teve de ganhar muitos jogos na zona e saiu no último jogo, se eu não me engano. Isso
faz parte. O Flamengo passou um momento difícil.

Confiança em Felipe
  Precisávamos de um goleiro e ele se encaixava naquilo que eu penso para um goleiro. A bola do jogo tem de ser dele. Ele já tinha uma história que eu conhecia no Corinthians. O Felipe era importante para o projeto e explicamos para ele. E ele está mostrando que é um grande goleiro. O Flamengo está sendo muito bom para ele. Ele estava esquecidinho lá em Portugal. Está sendo uma troca.

Seleção brasileira para Felipe, Thiago Neves e R10
  Isso só pertence a eles. Temos de criar uma estrutura. A nossa equipe não está pronta. É uma equipe que está sendo construída. Tem equipes que estão à frente. Temos de melhorar a nossa equipe. Temos a Copa do Brasil. O Cruzeiro está à nossa frente, o Internacional, o São Paulo. Eles têm um trabalho de seis, sete anos. Temos de caminhar mais rápido do que eles. Mas só vai depender deles para chegar à seleção. Temos de fazer mais ações. Mas não é que este grupo não possa ganhar, mas temos de enriquecer essa equipe um pouco mais para podermos melhorar no segundo semestre.

Thiago Neves
  Ainda não mostrou tudo. Ainda tem espaço para crescer. Conhecemos o Thiago Neves do Fluminense, que era um jogador mais agudo e frequente na entrada da área. Tem de ajustar mais a marcação e tem de chegar na frente. Tenho de usar esses jogadores talentosos. Requer tempo para eles entenderem a hora certa um avançar e outro segurar.

Penalidades
  O mais importante não é o batedor. A histórico nos pênaltis mostra que os grandes batedores geralmente perderam. O Zico perdeu pênalti. O Julio Cesar. O segredo é o goleiro. O Dida, o Bruno e o Felipe são grandes pegadores. O adversário sabe que tem de tirar um pouco mais porque se bobear ele perde. E tirar mais dificulta e pode jogar a bola para fora. Mas é sempre difícil. O Diego Maurício não treina pênalti e fez o gol que nos classificou contra o Fluminense.

Substituição na final
  Ontem teve uma história legal. O Dario estava jogando mais que o Thiago e o Ronaldinho. Tecnicamente e taticamente. O Vasco jogou em cima do Alvim com o Eder, abrindo pelo lado direito. Coloquei o Dario para ajudar ali. No segundo tempo, mudou de lado. Passaram a jogar nas costas do Galhardo, que estava cansado. Tirei o Dario. Vale a experiência nestes momentos. O Ronaldinho e o Thiago Neves, o Vasco conhece e se sente intimidado, porque são jogadores que podem decidir em um lance. Isso faz a diferença. Não se tira um jogador talentoso do jogo. Se eu tiro eles, o Vasco cresce, porque não tem ninguém para incomodar. Perdi um jogo assim, contra o Juventus. Tirei o Zidane e o Ronaldo. Os dois vinham de lesão. A partir deste momento, o Capello jogou para cima de mim. Aconteceu no Barcelona e Real Madrid. O Mourinho colocou o time para jogar com três volantes jogando no Bernabeu. Fez uma lambança para lá de metro. Mas se fosse o Luxemburgo... Essa é a explicação de ter tirado o Dario.

Fonte: Site Oficial do Flamengo

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