sexta-feira, 7 de maio de 2010

Repassando....

R E P A S S A N D O


Me maltrata, me arrebata!



No começo de 2010, campeão brasileiro, o Flamengo montou um “super-time” em busca do título da Libertadores, do Carioca e do Brasileirão.



Queria tudo, e começou bem. Até que um dia, sem a menor explicação, o time parou de jogar. Virou alvo de críticas, de muitas dúvidas e conseguiu complicar a mais simples vaga nas oitavas da Libertadores.



Teve que torcer na rodada sem jogar, dependendo de 3 resultados. E os 3 aconteceram.



Em seguida, cai o treinador e o diretor de futebol. O time fica sem treinador a dias de encarar um dos melhores times do país, também focado na Libertadores, em paz, com a melhor campanha.



A presidenta vai lá e avisa. O time reage mal a mudança. A torcida está MORRENDO DE MEDO do jogo, essa era a verdade. Você conversava com os rubro-negros e eles diziam: “O que será agora? Isso era hora dessa crise estourar?”.



E lá vai ele, treinando, chamando técnico dos juniores, apostando na camisa e em mais nada. A torcida lota o Maracanã, empurra, sonha, acha que pode “jogar com eles”.



Joga, e muito bem.



Vê um dilúvio que impede qualquer tipo de jogo. Vê um jogador recém promovido ao time titular ser expulso.



Convenhamos, é impossível. Como um time perdido, sem treinador, sem padrão, em crise, com jogadores descontentes e com um a menos vai ganhar de um dos melhores times do país, em boa fase, calmo, com estrelas e a melhor campanha?



A torcida está como uma bomba relógio. Revoltada com o time, cobra e deixa claro que a coisa vai ficar preta se perder.



Pressão. Muita pressão.



E como pode um provável derrotado ser pressionado? Em que lugar do mundo o “não favorito” pode ser pressionado a vencer?



No Flamengo. Só.



No Maracanã, já sem tanta chuva, a bola volta a rolar. Com ela, um lance isolado dá ao Flamengo a chance de um pênalti. E Adriano, questionado, marca.



Não comemora, porque está chateado. Mas, foda-se. Tem 35 milhões de pessoas comemorando.



O time segura, a bola não entra, o drama termina. 1×0, na raça, na camisa, e só.



Uma semana para treinar. O Corinthians promete vingança. O Flamengo se faz mudo.



Adriano falta ao treino. É, de novo, o ponto de partida de uma crise.



Crise, Flamengo. Quanta sintonia entre os dois.



O time vem a São Paulo e ouve parte da imprensa paulista GARANTIR que o time do Flamengo é FRACO e que o Corinthians vencerá. E que não venceu no Maracanã por incompetencia dele, não por méritos do Flamengo.



Mas, sejamos razoáveis… Quem não conhece a imprensa de SP? Aqui existem 4 times. No Brasileirão, os mesmos 4. Na Libertadores, os 4. E se pedir pra olhar 1 km além da fronteira… não rola.



Pagam a língua o tempo todo, mas não aprendem.



Onde que Love, Adriano, Pet, Bruno, Leo, Juan, Maldonado, Kleberson e cia não tem time pra peitar o Corinthians? É muito desconhecimento de causa, me desculpem.



Mas, aguardem. Em alguns dias começa o bla bla bla dizendo que o Cruzeiro não tem time pra bater o SPFC. É quase lei essa empáfia, que pra mim é DESPREPARO.



Desculpa, não são todos. Mas são muitos.



E em meio a tudo isso, o Flamengo vai ao Pacaembu.



Mordido? Não. Apático. Assustado.



Joga um primeiro tempo ridículo, com a péssima escalção de Pacheco, que não consegue fazer nada há algum tempo.



Sofre 2 gols no primeiro tempo e a vaga vira de lado.



Agora, quem corre atrás é o Flamengo.



Flamengo que não está jogando NADA. Que está deixando a torcida desesperada, irritada, puta.



Rogério mexe. Coloca Kleberson, o jogador mais questionado do time no ano, e deixa Pet, o herói, no banco.



Ninguém entende. Mas, era simples: Vou trancar, e se o gol sair, eu ganho porque 2×1 é nosso.



Mas, e se não sai?



E como que numa transformação mágica de 15 minutos o Flamengo volta como Flamengo.



O Corinthians se assusta. Quem manda no jogo, dita o ritmo e coloca a bola no chão é o rubro-negro.



Gol de Vagner Love, com passe de Kleberson.



Rogério, quase burro, é quase gênio.



Flamengo, quase fora, está quase dentro.



Corações quase saudáveis estão sob risco. A nação treme, come unhas, chora, se desespera.



Do outro lado, um time de causas impossíveis, uma versão paulista do Mengão.



Se é Flamengo, tem que ser sofrido. Mas, se é Corinthians, também.

Então, o tempo passa.



As chances mais claras são, pasmem, do Flamengo. Mas ele perde todas.

E perde porque o Flamengo não pode vencer um jogo de forma simples e tranquila.



É preciso sofrer, é preciso ser no sufoco, é preciso ser Flamengo.



O gol não sai. O Corinthians não consegue criar.



E aos 46 minutos, Rômulo faz falta na entrada da área.



Chicão prepara. O Pacaembu se cala, a nação fecha os olhos e pensa: “Meu Deus, será?”



A outra nação repete: “Será?”



Nada mais natural. Afinal, se for Flamengo, tem que ser com um susto no fim.



Se for Corinthians, com um gol no fim.



Chicão cobra, Bruno voa e coloca pra fora quase dentro do gol.



A nação respira, a fiel se desespera.



Escanteio, mais sofrimento.



A zaga corta, o contra-ataque está armado. Nervoso, o time erra.



Ainda tem mais Corinthians. Mas a zaga corta.



O juiz faz cena, não termina.



48:30, é só apitar.



E eis que ele apita. E o Flamengo está classificado para as quartas de final, eliminando o maior projeto de 2010 rumo ao título da Libertadores, fora de casa, num jogo onde tudo caminhava para uma derrota histórica.



Aí você, desavisado, pergunta: “Mas como é possível?!?!”.



E o rubro-negro te responde, com 115 anos de história: “Eu já sabia”



E você duvida?



abs,
RicaPerrone

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