terça-feira, 31 de agosto de 2010

Por Claudia Simas (Magia Rubro Negra)


Vamos dar um pulinho na sala de aula? O que é Nação para você? Por conceito, nação refere-se ao conjunto de pessoas que se sentem unidas pela origem, pelos interesses e por seus ideais e aspirações comuns. Podem até lhes falar que para ser uma nação deve haver uma só raça, língua e/ou religião, mas os grandes estudiosos são categóricos ao afirmar que esses não são fatores essenciais para determinar o caráter fundamental de um grupo qualificando-o como uma nação. Vale mais a identidade da história e da tradição (a nação não tem apenas o presente), o passado comum. Na verdade, o elemento primordial, aquele que se mostra como condição (mesmo que subjetiva) para a evidente existência de uma Nação é o vínculo que une estes indivíduos, determinando entre eles a convicção de um querer viver coletivo. Ou seja, o querer essa coletividade; o ter a consciência de sua “nacionalidade”.



Isso não sou eu, Cláudia, falando ou inventando para vocês. Qualquer antropólogo, sociólogo ou outro estudioso das ciências sociais pode lhes confirmar. Mas lendo essas definições anteriores, você não pensa imediatamente na Nação Rubro-Negra? Não há melhor exemplo de Nação! Não somos a Nação apenas por sermos 33 milhões de apaixonados. Somos uma Nação porque temos o Flamengo em comum e assim o desejamos: queremos “gritar ao mundo inteiro a alegria de ser Rubro-Negro”. Podemos ter vários endereços, várias culturas, falarmos diferentes idiomas, mas temos uma só história e a mesma tradição em comum: o Flamengo.

E fazemos mais do que simplesmente torcer pelo Flamengo. Comparecemos. Podemos ser organizados (são “só” 25 Torcidas Organizadas espalhadas peço mundo) ou não, mas comparecemos. Temos o recorde mundial de público em uma partida de futebol. Temos 7 dos 10 maiores públicos do Campeonato Brasileiro. Temos os 10 maiores recordes de público do Campeonato Carioca. A torcida do Flamengo não tem apenas o recorde de público entre times no Maracanã, mas a Nação tem o recorde de público em outros 13 estádios com capacidade para mais de 20 mil pessoas espalhados pelo país. Estão entendendo onde eu quero chegar? Mesmo em 2001 que, salvo o Tri no Carioca, foi um ano pavoroso, tivemos a maior média de público do campeonato. Entre 2004 e 2006 ficamos entre o 15º e o 11º lugar. O que esperar de 2007? Nada. E tudo. A Nação se fez presente e o Mengão arrebentou estarrecendo a imprensa – que já o considerava praticamente rebaixado – ao terminar a temporada em 3º lugar. Esta atuação da verdadeira e única camisa 12 do mundo rendeu à Nação o título de Patrimônio Cultural da Cidade do Rio de Janeiro.



Percebem? Nós temos o poder de fazemos acontecer! Há quem repita religiosamente que “torcida não ganha jogo” mas ninguém é louco de subestimar nosso poder. Somos visados, invejados, atacados por gentinha que adora focar em um jogo ou misturar competições, fabricando verdades convenientes simplesmente porque o nosso amor é maior do que o deles ou de qualquer outro. Não somos uma torcida qualquer. Somos A Nação. Aqui não tem lugar para quem só aparece quando o time está cima para tirar o cheiro de naftalina da camisa. Aqui só tem quem respeita a história e a tradição do MAIOR CLUBE DE TODOS OS TEMPOS. Percebe a diferença?



Cá estamos nós, mais uma vez com o coração na mão. Uma sequencia de resultados ruins de 7 partidas quebrada apenas por uma magra vitória sobre o Ceará definitivamente não é nada animador. Precisamos nos comportar de acordo com a grandeza que representamos. Não somos como aqueles pobre coitados que não tem do que se orgulhar e invertem as faixas ou viram as costas para o time na primeira bola perdida. Somos maiores que isso. E se quisermos continuar a ser o principal Patrimônio do Flamengo, temos que agir com a nobreza que tal título nos impõe. Cantemos “Flamengo eu sempre hei de ser” como está no hino e, nesse caso, SEMPRE DEVE SER TODO DIA. Simples assim.

Um comentário:

Rafael disse...

Fantástico! Perfeito, é isso aí mesmo, ACIMA DE TUDO RUBRO-NEGRO!